
A madrasta do menino Samuel Macedo Neves, de 3 anos, assassinado no último dia 4, em Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, confessou, na tarde desta terça-feira (21), que a morte da criança foi proposital. Em novo depoimento à Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) do município, Juliana Vicente Pereira, de 25 anos, alegou que cometeu o crime porque ouviu "vozes ocultas", que teriam ordenado ela a matar o menino.
A acusada já havia confessado o assassinato de Samuel dias após o crime. No entanto, ela disse, na época, que não percebeu que estava sufocando o garoto. Alegou que abraçou o peito da criança com muita força, impedindo-a de respirar, mas que não havia medido força e não percebeu que a estava asfixiando.
No entanto, o laudo cadavérico, emitido pelo Instituto Médico Legal (IML), constatou lesões significativas na boca e no nariz da criança. Com isso, o titular da DCCV de Cachoeiro, delegado Guilherme Eugênio, responsável pelas investigações do caso, intimou a suspeita a um novo depoimento, dessa vez a confrontando com o resultado do exame.
"Apresentada ao laudo cadavérico da criança, que revela lesões expressivas no nariz e boca do Samuel, ela confessou que de fato comprimiu o nariz e a boca do menino até que ele morresse. Inclusive gravamos o depoimento", contou o delegado.
No entanto, o que mais surpreendeu a polícia foi o motivo alegado por Juliana para ter matado o enteado. "Ela disse que ouviu vozes do além, vozes ocultas, que mandaram ela fazer isso. Disse que não queria matar a criança, mas que uma voz muito forte impulsionou ela a fazer isso. Não é a ideia que nós acreditamos. Nós achamos que a motivação está relacionada ao pagamento da pensão alimentícia que o Eliú (pai da vítima e companheiro da acusada) pagava ao Samuel, em desproveito do filho que a Juliana tinha com o Eliú", ressaltou Eugênio.
"Agora o inquérito realmente deve ser concluído. O último ato que pretendíamos realizar era a reinquirição da Juliana. Agora nós já temos um juízo absolutamente claro, correto e seguro a respeito do que aconteceu", garantiu.
Juliana deverá responder por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, utilização de meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Ela está presa desde o dia 6
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