O
Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) ofereceu denúncia nesta
terça-feira contra o ex-comandante do Comando de Operações Especiais da
Polícia Militar do Rio de Janeiro (COE), Alexandre Fontenelle, pelo
crime de lavagem de dinheiro. Maria Mércia Fontenelle de Oliveira e
Maria Paula Fontenelle de Oliveira, respectivamente mãe e irmã do
coronel Fontenelle, também foram denunciadas pelo MP. Além disso, o MP
realiza operação nesta manhã para cumprir dez mandados de busca e
apreensão em vários pontos do Rio. A Corregedoria da Polícia Militar dá
apoio à ação, que, nesta nova fase, recebeu o nome de Operação
Profilaxia.
Também foi oferecida denúncia contra o
ex-subcomandante do 14º BPM (Bangu), major Carlos Alexandre de Jesus
Lucas; o ex-chefe da P2 do 14º BPM, capitão Walter Colchone Netto; o
ex-coordenador operacional do 14º BPM, major Edson Alexandre Pinto de
Góes. Todos são acusados pelo crime de lavagem de dinheiro.
De
acordo com a denúncia, o coronel Fontenelle é o real proprietário de
dois apartamentos registrados em nomes de terceiros e de uma casa em
área nobre de Búzios, na Região dos Lagos. O primeiro apartamento,
localizado no Grajaú, foi registrado no nome da irmã, Maria Paula, com
200 metros quadrados, avaliado em R$ 995 mil; o segundo, uma cobertura
em Jacarepaguá, registrado nos nomes da mãe, do major Lucas e do capitão
Colchone, no valor de R$ 750 mil, tem 300 metros quadrados. As
escrituras dos dois apartamentos foram feitas na mesma data, à época em
que os oficiais atuavam no 14° BPM (Bangu). Além dos dois imóveis,
Fontenelle também adquiriu no mesmo período um veículo Toyota Corolla.
No
decorrer das investigações, R$ 287,6 mil em espécie foram apreendidos
na residência do major Edson. O dinheiro estava escondido em sacos
plásticos, em maços de R$ 5 mil, e no interior de um armário. Também
foram encontrados 400 euros, joias em ouro e um bilhete manuscrito, que
demonstrava uma divisão de quantias em dinheiro entre coronel Alexandre,
major Edson e capitão Colchone.
Ainda segundo a denúncia,
Fontenelle incorreu no crime de lavagem de dinheiro três vezes e pode
pegar pena de reclusão entre três e dez anos, por cada incidência, mais
multa. Também foram encaminhadas cópias dos autos para a Promotoria de
Justiça de Tutela Coletiva, para que se apure crime de improbidade
administrativa por incompatibilidade patrimonial.
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